Adriana Moll

Buscadora da verdade intrínseca a todos os seres da criação, inspirada e conduzida pela grandeza da Tradição Védica Indiana, pela Autocura e Autocultivo da beleza e da graça femininas que permeiam a mágica da Śakti Universal.
Harih Om

segunda-feira, 10 de outubro de 2016


Sarasvatī 
 Harih OM  



Sarasvatī é a deusa das artes e da música a deusa que abençoa a voz e a fala, esposa de Brahmā, senhora do conhecimento supremo, doadora da essência básica primal, origem da linguagem, protetora dos artistas, artesãos, escritores, atores, músicos.
Ela é Brahmī, protetora daqueles que buscam o autoconhecimento, dos estudantes, poetas e dos professores. Ligada à eloquência, ao belo e ao agradável falar, ela concede a comunicação auspiciosa.
Sua representação iconográfica mostra uma linda mulher, vestida de branco, com uma pele muito clara como o leite, tocando um instrumento musical- a vīṇā.
Seus símbolos são o Hansa, um pássaro semelhante a um cisne, um lótus branco e um mālā de pérolas,muitas vezes aparece acompanhada por um pavão. Carrega sempre próximo de si  ou na mãos, os Vedas. É a protetora das 64 artes, provedora de toda criatividade e imaginação.
Sarasvatī também é o nome de um rio ancestral, hoje desaparecido, que corria ao noroeste da Índia, onde nos primórdios cresceu a civilização hoje conhecida como Sarasvatī - Sindhus. Por motivos climáticos e mudanças geológicas, os cientistas acreditam que o rio secou e que hoje ele corre apenas no subsolo terrestre. Pesquisas avançadas e auxiliadas por satélites comprovam a existência deste sagrado rio de tempos remotos.


A redescoberta do rio Sarasvatī levou a uma nova interpretação e a outros conceitos sobre os motivos para a mudança da civilização que existia naquela região para as margens do rio Ganges. Hoje sabe-se que a Tradição Védica começou à margens do Sarasvatī e migrou para o rio Ganges após a citada mudança climática/geológica responsável pela seu desaparecimento. 
No simbolismo Sarasvatī também é reconhecida como um rio, e como uma deidade que rege o mundo aquático, é a energia divina que vem dos céus para purificar a vida no plano da terra, trazendo consigo tranquilidade, vitalidade, transparência, abundância e principalmente a clareza da mente necessária à discriminação do pensar.


Nas Purāṇas ela é a deusa da palavra e do discurso poético, fluente e harmônico.


Uma das manifestações mais boitas de Sarasvatī é como Sāvitrī, aquela que é dourada (olhos, mãos e língua), que protege e abençoa com vida plena todas as criaturas. É a representação da deusa como a rainha dos céu onde aparece correndo pela atmosfera sentada em uma carruagem puxada por cavalos brilhantes de patas brancas, concedendo a imortalidade, que advém por meio do autoconhecimento que está disponível para todas as criaturas. É aquela que presenteia o universo, como princípio criativo  e inspirador de Īśvara que tudo gera e mantém, com a manifestação do sol, a presença das águas e a circulação dos ventos. É aquela que inspira todas as práticas mágicas e ritualísticas dos sacerdotes e à ela é dedicado o Gāyatrī Mantra.
Gāyatrī é uma personificação de Sarasvatī, como esposa de Brahmā, simboliza o Poder (Śakti) e as qualidades de conhecimento supremo, pureza e virtude.Na forma de Gāyatrī , com as bençãos de Brahmā acredita-se que à ela foram entregues o conhecimento completo dos quatro Vedas, por isso é reconhecida como a mãe dos Vedas.
Sentada sobre um lótus, aparece com cinco faces, representação dos 5 praṇas ou dos 5 elementos. 


Gāyatrī, Sāvitrī e Sarasvatī são 3 aspectos da Śakti  representando as divindades que presidem o Gāyatrī Mantra que é cantado, usualmente, três vezes ao dia.

Ela é Sara (essência) .
Ela é Sva (o seu próprio).

É o aspecto feminino de Īśvara que nos concede a "nossa própria essência" por intermédio do autoconhecimento que leva à liberação. Representa a sabedoria infinita que rege as leis do universo, permitindo os perfeitos ciclos da natureza, a abundância das formas, o alimento que gera a vida no nosso planeta, a força que orienta e governa toda existência que conhecemos.
Por meio da graça de Sarasvatī o conhecimento "flui"como um rio, por este motivo, ela também é conhecida como "aquela que flui" . 
Na Tradição Védica o conhecimento é transmitido como palavra ("Vac") da boca do mestre para a mente do aluno que escuta, reflete e contempla as palavras de conhecimento, generosamente ensinadas pelo professor. 




                                                       OM TAT SAT  

Adriana Moll

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